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Igreja Matriz do Senhor do Bom Jesus de Vieiras será elevada a Santuário

A Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus de Vieiras será elevada a Santuário Diocesano. A notícia foi recebida com grande entusiasmo pelos paroquianos e peregrinos que se encontravam reunidos para a Missa de abertura do 73º Jubileu do Senhor Bom Jesus, no último dia 07 de setembro. Dom Edson José Oriolo dos Santos, bispo diocesano de Leopoldina, presidiu a Eucaristia na qual deu a conhecer sua decisão de elevar a Matriz de Vieiras a Santuário Diocesano. Logo após o anúncio, uma onda de entusiasmo tomou conta dos paroquianos e dos devotos do Senhor Bom Jesus e foi criada uma comissão para acolher esta nova realidade.

Após algumas conversas e entendimentos com o Sr. bispo, o padre Marcos Antônio, que representa localmente a Congregação dos Padres Assuncionistas, comunicou que a instalação do Santuário, com o rito da dedicação da Igreja e do Altar, será celebrada no dia 22 de novembro do corrente ano. Em formação dada à comunidade de Vieiras, o padre Marcos Antônio explicou que, de acordo com o documento da Santa Sé intitulado “O Santuário”, e com o Código de Direito Canônico (Cân. 1230 – 1234), um Santuário é uma igreja ou outro lugar sagrado, reconhecido pela autoridade diocesana local, aonde os fiéis de outras localidades se dirigem em peregrinação, motivados por uma especial piedade. Este é o caso da Igreja Matriz da paróquia de Vieiras que, sobretudo durante as celebrações do Jubileu, de 07 a 14 de setembro de cada ano, recebe grande número romeiros e devotos de várias localidades, que ali vão fazer suas promessas e dar testemunho de graças e milagres alcançados.

Por isso, citando o Papa Francisco, o padre Marcos explicou que um Santuário é, antes de tudo, um lugar de memória, um espaço sagrado para nos lembrarmos da ação de Deus que visita nossa história, nos confirma na fé e renova sua aliança conosco. Assim, o Santuário é também o lugar dos sacramentos, notadamente é a casa da Eucaristia e da Reconciliação. Os padres assuncionistas continuarão assumindo a missão de acompanhar a comunidade paroquial e também os peregrinos, atendendo todas as necessidades ligadas à missão de uma Pastoral dos Santuários.

Outra dimensão importante de um Santuário é a Ação de Graças, porque ali, naquele espaço sagrado, que não aprisiona Deus, mas antes é um símbolo de sua presença no meio do povo, as pessoas são chamadas a oferecer sua ação de graças pelo muito que d´Ele sempre recebemos. O padre Marcos recordou ainda a experiência do povo hebreu, tão bem descrita nos salmos dos peregrinos de todo Israel que, ao se aproximarem da cidade Santa de Jerusalém, cantavam de alegria por estarem chegando às portas da cidade onde se encontrava o Santuário do Deus Vivo.

Sinal da esperança e lugar da proclamação da Palavra, o Santuário do Senhor Bom Jesus de Vieiras estará de braços abertos para receber os fiéis romeiros e devotos. Naquela Igreja se honra de modo especial o Mistério da Cruz, pois esta foi a primeira devoção dos desbravadores daquela região que, na segunda metade do século XIX, iniciaram na confluência do ribeirão Serrinha com o riacho do Inhambú, no coração da extensa fazenda Babilônia, um pequeno povoado ao qual deu-se o nome de Santa Cruz da Babilônia. Com efeito, a Festa da Exaltação da Santa Cruz, a 14 de setembro, é o ponto culminante do Jubileu que ali se celebra a cada ano; desde 1951, com a autorização da autoridade diocesana, e desde de 1958, com a aprovação da Santa Sé, que concede indulgência plenária aos fiéis que ali acorrem para receber a Benção Apostólica.

Para os fiéis daquela paróquia, como nos relatou a Sra. Aparecida Dornelas, a elevação da Igreja Matriz de Vieiras a Santuário Diocesano é ao mesmo tempo o coroamento e ponto de partida de um trabalho. Coroamento, porque é fruto de uma longa história de fé e confiança no Bom Jesus, sempre disposto a derramar bençãos e graças ao seu povo; mas também é ponto de partida porque a comunidade está firmemente empenhada em continuar a obra evangelizadora, ampliar seu trabalhar e organizar-se cada vez mais, para dar testemunho de fé e acolhida, de modo especial junto aos fiéis romeiros. Se este santuário existe hoje, relembrou Aparecida, foi porque um peregrino, em momento de grande aflição, se dirigiu a Congonhas para fazer sua prece e trouxe a devoção para o pequeno povoado de Santa Cruz da Babilônia, depois de ter alcançado um grande milagre.

Na mesma ocasião, o padre Marcos Antônio, que também é membro da Congregação dos Assuncionistas, explicou a simbologia do brasão do novo Santuário. Segundo o padre Marcos, o brasão traz ao centro a Cruz sobre um fundo vermelho que remete ao manto de escárnio com que os soldados revestiram Nosso Senhor, antes de Pilatos apresentá-Lo à multidão, com as palavras “Ecce Homo”, isto é, “Eis o Homem”.

Sobre o fundo escarlate, sobressai o Santo Madeiro, árvore da Vida, uma vez que o Mistério da Cruz foi a primeira devoção dos desbravadores daquela região. Unindo os dois lenhos sagrados vê-se a coroa de espinhos que designa a realeza ofendida do Divino Salvador e simboliza a forma como Jesus restaurou a amizade entre Deus e a humanidade, uma vez que os espinhos representam a condição do homem depois da queda, afastado de Deus.

Abaixo do lenho horizontal, o brasão faz referência aos religiosos assuncionistas, aos quais está entregue a custódia do Santuário. Sob o braço direito da cruz contempla-se uma tríplice estrela, que remete ao carisma assuncionista, centrado na unidade com Cristo por meio da vida interior, da qual a Virgem Maria é modelo; na unidade com os irmãos, pela escolha da vida fraterna; e na unidade com a Igreja, por meio dos compromissos apostólicos.

Sob o braço esquerdo da cruz, encontra-se a inscrição ART de “Adveniat Regnum tuum”, isto é, “Venha Teu Reino”, divisa dos assuncionistas, encimada por uma Coroa. Assim, pelos méritos de Cristo, passa-se da Coroa de Espinhos à Coroa de Glória, diadema régio dos filhos, readmitidos à casa paterna, coerdeiros de Cristo, cujo Reino cada um deverá acolher, primeiramente em si, para depois anunciá-lo ao mundo.

Padre Cláudio Abreu, pároco de Vieiras, também estava presente e lembrou que nos dias que antecedem a elevação da Matriz de Vieiras a Santuário Diocesano, os padres assuncionistas realizarão um tríduo, a começar no domingo, dia 19/11; em cada dia será celebrada a Santa Missa, sempre às 19h00, e juntamente com a comunidade local e com os romeiros do Bom Jesus, os pregadores meditarão sobre os aspectos espirituais e pastorais dessa nova realidade, evocando o Santuário como lugar de fazer memória da Ação Salvadora de Deus, lugar do encontro sacramental e lugar de comunhão eclesial.

Finalmente, os padres assuncionistas e a comunidade local expressaram o sentimento de profunda gratidão a dom Edson José, bispo diocesano de Leopoldina, pelo seu zelo em promover a ação evangelizadora em nossa Diocese por meio de várias iniciativas, entre as quais se destaca o incentivo para que nossas paróquias, todas elas, sejam um sinal de esperança e de alento para nosso povo, sobretudo aqueles que, cada dia mais, buscam na Igreja uma referência para atravessar com confiança em Deus, as dificuldades do tempo presente.

Fonte: Diocese de Leopoldina

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