A 14ª fase da operação Lesa Pátria, que investiga os ataques contra prédios públicos da Praça dos Três Poderes, mirou em influenciadores digitais que usaram as redes sociais para incitar os atos golpistas. Entre os 10 alvos de mandados de prisão, estão duas figuras evangélicas, o pastor Dirlei Paiz, e a cantora gospel Fernanda Ôliver.
Pastor, marido, Patriota: Dirlei Paiz usava as redes para unir apoiadores de Bolsonaro
Natural de Blumenau, em Santa Catarina, Dirlei Paiz utiliza as redes sociais, em especial o Facebook e o Instagram, inteiramente para falar sobre questões políticas, sempre com foco em apoiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Religioso, não é possível ver, pelo menos nas últimas 30 publicações feitas no Instagram, postagens sobre questões de igreja.
O espaço é tomado por vídeos que criticam o governo Lula e relembram momentos de Bolsonaro. Uma memória de 2018 compartilhada em 20 de julho mostra que o pastor é apoiador do ex-presidente desde 2018, quando comemorou o aniversário com um bolo do então candidato à Presidência.
Direita conservadora: Fernanda transmitiu as invasões e foi considerada “musa” nos atos
A cantora gospel Fernanda Ôliver transmitiu a invasão feita por bolsonaristas aos prédios públicos ao vivo nas redes sociais dela. Ela é suspeita, ainda, de fomentar o movimento chamado Festa da Selma, codinome utilizado para organizar os atos, antes do dia dos ataques. A mulher é natural do Tocantins e foi considerada a musa dos atos golpistas.
Nas redes sociais, a cantora parece ter feito um “limpa” e retirado qualquer prova que comprovasse a participação no ato. Diferente de Dirlei, não há publicações sobre Bolsonaro. No feed, de apenas 50 publicações, há apenas uma foto, compartilhada em 10 de fevereiro, em que está em frente ao Congresso Nacional. “Direita sempre direita”, escreveu na legenda ao lado da hashtag direita conservadora.
Ela ganhou notoriedade ao viralizar entre os bolsonaristas após estar em acampamentos em frente ao QG em Londrina. Ela foi flagrada cantando e orando entre os manifestantes, por isso, ficou conhecida como a “musa” das manifestações golpistas.