Todo o Brasil está em alerta vermelho, vivendo um drama jamais imaginado por falta de leitos hospitalares diante da pandemia. A demanda por internações cresce desenfreadamente e vivemos o período mais grave da pandemia pela Covid-19. Dizer que 200 pessoas em Minas, no momento, estão à espera de UTIs, é ter certeza que o número de óbitos será cada vez maior. É o que podemos chamar de estoque de óbitos. Existem estados brasileiros em situação pior. E tenha certeza que os estados estavam mais preparados para a segunda onda. Talvez não estivessem preparados para uma segunda onda com um vírus mais agressivo. Aqui em Minas, nos últimos 12 meses, o governo dobrou a capacidade do sistema de Saúde com 10 mil novos leitos de enfermaria e 2 mil novos leitos de UTI. Por isso não se fala mais em hospital de campanha nos grandes centros. Em todos os estados, passou-se a aumentar a capacidade dos hospitais, a exemplo do que aconteceu no HSS, em Além Paraíba.
O Brasil, entrou em colapso na saúde. Poderíamos ter evitado isso se cumpríssemos com rigor as normas de isolamento. Assim, não precisaríamos ter fechado o comércio e provocado desemprego. Mas não! Até nesse pior momento da pandemia (ontem registramos o recorde de 2.798 óbitos), assistimos pessoas se aglomerando em festas.
Agora só o lockdown ajuda. Estamos dependendo dele para estancar um pouco a disseminação de forma que os hospitais tenham um fôlego e possam voltar a ter capacidade para atender os pacientes. E ainda assim fica uma pergunta: e se os 15 dias de lockdown estabelecidos pelo governo mineiro não forem suficientes? Quantos 15 dias mais? Aí o colapso de saúde, vira colapso econômico, que vira colapso social.